Lâm.
A. 383. Hanseníase tuberculóide em nervo sural.
O
acometimento de nervos periféricos é uma das manifestações
mais comuns da hanseníase. Há preferência por nervos
superficiais por terem temperatura mais baixa, o que favorece o crescimento
bacilar. Os nervos afetados, como os nervos ulnar, mediano, facial,
auricular posterior e sural, apresentam-se endurecidos e espessados. Na
forma tuberculóide, há granulomas com células epitelióides
e gigantes, e necrose caseosa, o que pode levar a extensa perda da arquitetura
do nervo. Há intensa fibrose do epi- e do perinêurio. O encontro
de bacilos com a coloração de Ziehl é difícil.
Paradoxalmente, as lesões da hanseníase virchowiana nos nervos
são menos destrutivas que as da tuberculóide, por não
haver necrose caseosa. Apesar da presença de células de Virchow,
pode haver ainda certa manutenção dos axônios e preservação
da estrutura. Comparar a lâmina desta página (hanseníase
T) com a A. 36/38 (hanseníase virchowiana
de nervo).
Clinicamente, há predomínio do acometimento sensitivo, com
hipoestesia e anestesia afetando primeiro as sensibilidades térmica
e dolorosa. É freqüente que o paciente detecte sua anormalidade
ao machucar-se sem sentir dor. As sensibilidades táctil e proprioceptiva
são atingidas mais tardiamente. As paralisias só se instalam
quando a disfunção sensitiva já estiver avançada. |