Lâm.
A. 150. Fibroadenoma da mama (exemplo de neoplasia benigna originada no
estroma [tecido conjuntivo] mamário). O
fibroadenoma é o tumor benigno mais comum da mama feminina e ocorre
durante a idade fértil. É composto por
estroma fibroso
e ductos. Alguns fibroadenomas correspondem a hiperplasias, mas muitos
são neoplasias benignas verdadeiras,
originadas no estroma
intralobular da mama. Nestes casos, as células da parte conjuntiva
do tumor são monoclonais, as da parte epitelial são
policlonais.
Isto indica que estas últimas não são propriamente
neoplásicas, mas proliferam em resposta a estímulos químicos
secretados pelas células do estroma. (Durante muito tempo se pensou
que o fibroadenoma era um tumor misto com duas linhagens de células
neoplásicas; hoje isto não é mais aceito).
O tumor forma um nódulo bem delimitado do tecido mamário
adjacente, notando-se uma delicada cápsula fibrosa. Na microscopia,
o componente epitelial forma túbulos ramificados e dilatados, em
meio ao estroma. Comparar com o tecido mamário vizinho, onde as
glândulas se organizam em lóbulos, o que não
ocorre no fibroadenoma. No fibroadenoma, o estroma é frouxo,
composto por células estreladas separadas por material intersticial
levemente basófilo. O aspecto lembra o do estroma intralobular
do lóbulo mamário normal, onde o tumor se origina. No componente
epitelial do fibroadenoma pode-se observar a dupla população
celular (células epiteliais e mioepiteliais) como
no tecido mamário normal. As células epiteliais secretam
o leite (nos lóbulos) ou o conduzem (nos ductos). As células
mioepiteliais são contráteis, ajudando a extrusão
do produto. A dupla população é
um importante
elemento a favor da benignidade do tumor, pois mostra que as células
se diferenciam em dois tipos topograficamente relacionados entre
si. Num tumor maligno as células tendem a ser
indiferenciadas,
isto é anárquicas, sem relações topográficas
ou funcionais definidas umas com as outras. Ver a este respeito a lâmina
de carcinoma da mama, A. 46/56. |