Lâm.
A. 3. Hanseníase virchowiana. Chamam
a atenção acúmulos de macrófagos em
todos os níveis do derma, mais notadamente na porção
superficial. Estas células têm citoplasma claro, finamente
vacuolado e limites imprecisos, sendo difícil individualizá-las.
Nesta coloração (HE) não é possível
ver, mas estes macrófagos têm o citoplasma abarrotado de bacilos
de Hansen formando acúmulos conhecidos como globias.
Raramente estas podem ser visualizadas como massas basófilas (ver
as duas figuras embaixo). O meio correto de ver os bacilos é com
a coloração de Ziehl-Neelsen, como na lâmina
seguinte (A. 184). Os macrófagos fagocitam
os bacilos e não conseguem destruí-los. Pelo contrário,
os bacilos proliferam no seu citoplasma, já que são parasitas
intracelulares. Os macrófagos ricos em bacilos de Hansen são
chamados células de Virchow e caracterizam a forma virchowiana
da hanseníase (antigamente chamada de lepra lepromatosa).
Não ocorrem só na pele, mas também em nervos
periféricos (local preferencialmente acometido tanto na hanseníase
virchowiana como na tuberculóide) e órgãos internos
como o baço (estes, só na forma virchowiana). O termo
'leproma', hoje em desuso, foi substituido por hansenoma.
Os hansenomas são o nome dado clinicamente aos nódulos subcutâneos
salientes, resultantes do acúmulo de células de Virchow.
Ocorrem na face (dando um aspecto conhecido como fácies leonina),
tronco e membros. Há também alopécia (queda
de pelos e cabelos) e madarose (perda dos supercílios).
Além
das alterações na derme, notar que a epiderme está
retificada (ou seja, o limite dermo-epidérmico, que normalmente
é ondulado, perde estas ondulações ficando plano;
isto geralmente é evidência de atrofia da epiderme,
no caso através de compressão pelos hansenomas na derme).
É freqüente a observação da chamada faixa
de Unna: uma fina camada de colágeno subepidérmica onde
não há células de Virchow. |