A doença de Alzheimer
é uma forma de demência de causa desconhecida, cuja incidência
aumenta sensivelmente após os 65 anos, atingindo quase a metade
dos indivíduos acima de 85 anos. Cerca de 5 a 10% dos casos são
familiais, o restante esporádicos.
Quadro
clínico. Há perda insidiosa
das funções mentais superiores, alterações
progressivas no humor e comportamento, perda de memória, desorientação
e dificuldade para falar. A evolução dura de 5 a 10 anos,
levando a uma profunda demência.
Alterações
neuropatológicas. Há
deposição no tecido nervoso central de material amilóide
em três localizações diferentes: no citoplasma
de neurônios, constituindo as alterações
neurofibrilares; no tecido entre os corpos celulares dos neurônios
(neurópilo) formando as placas senis; e em
vasos
da leptomeninge ou do parênquima cerebral (angiopatia amilóide).
Patogênese.
Ocorre perda gradual e irreversível dos neurônios, levando
a atrofia cerebral difusa. A diminuição numérica dos
neurônios e a formação de placas senis no neurópilo
levam à redução das conexões interneuronais
(perda de sinapses), resultando em demência progressiva e irreversível.
Natureza
do amilóide. O amilóide
das placas senis é constituido da proteína beta ou A4.
Esta é um fragmento de uma proteína precursora muito maior,
APP,
que atravessa a membrana celular, e é codificada no cromossomo 21.
A função desta proteína é discutida,
mas poderia ser um receptor de superfície. É de grande
interesse que pacientes portadores de síndrome de Down, ou
trissomia do cromossomo 21, apresentam alterações neuropatológicas
semelhantes às da doença de Alzheimer se ultrapassam os 45
anos. Isto sugere que uma maior produção da proteína
precursora por dosagem excessiva do gene possa causar as lesões.
Já
o amilóide das alterações neurofibrilares é
de outra origem, derivado da proteína tau, uma proteína
reguladora da polimerização dos microtúbulos.