Pneumoencéfalo ocorre quando há
entrada de ar no crânio em um traumatismo aberto (isto é,
com fraturas e ruptura da dura-máter). É muito comum em ferimentos
por arma de fogo (FAFs). A lesão desencadeante pode acometer a convexidade,
seios da face ou as células da mastóide. O ar pode acumular-se
nos espaços subaracnóideo, subdural ou no epidural (neste
caso, sem ruptura da dura-máter).
No presente caso há grande coleção de ar no espaço
subdural bilateral que dá origem a efeito de massa. Observa-se
catéter no corno frontal do ventrículo lateral D. Não
está claro se o pneumoencéfalo pode ter-se constituído
através do catéter, ou se este foi instalado para medida
da pressão intracraniana. Há duas tomografias com três
dias de intervalo, demonstrando a reabsorção lenta e gradativa
do ar.
Além do pneumoencéfalo há uma pequena contusão
temporal posterior E. Na tomografia de 11/7 aparece no 3º. corte,
como foco de hiperdensidade logo posteriormente à bolha de ar visível
no lobo temporal E. Esta bolha não está intraparenquimatosa
ou intraventricular. Trata-se de ar no espaço subdural sob o lobo
temporal E e que foi cortada tangencialmente na tomografia dando uma falsa
impressão de localização. Na tomografia de 14/7 a
contusão temporal E aparece no 4º. corte (o último embaixo
e à D), como dois pequenos focos hiperdensos próximos. |