HEMATOMA
SUBDURAL CRÔNICO
Os hematomas subdurais se formam após traumatismos cranianos em
que há lesão das 'bridging veins': veias que drenam
a convexidade cerebral e são tributárias do seio sagital
superior. São veias de paredes delicadas, que, vindas do espaço
subaracnóideo, atravessam o espaço subdural. Quando
se rompem, forma-se um hematoma no espaço subdural, com forma de
lente biconvexa, que comprime o cérebro. Se o hematoma é
grande (hematoma subdural agudo), pode causar hérnia de uncus. Porém,
se o traumatismo é leve, e principalmente em idosos, o acúmulo
de sangue pode ser pequeno. Com o tempo, há lise da fibrina e das
hemácias e o hematoma se transforma em líquido achocolatado.
Há formação de tecido de granulação
em volta do mesmo, que gradualmente leva ao aparecimento de uma cápsula
fibrosa, delimitando o hematoma tanto na face externa (correspondendo à
dura-máter) quanto na interna (junto da aracnóide). O volume
do hematoma crônico pode aumentar através de pequenos sangramentos
provenientes do tecido de granulação, ou por passagem osmótica
de líquor para o interior. O cérebro é gradualmente
comprimido e sofre atrofia. Clinicamente, pode haver paresia (paralisia
parcial) dos membros da metade contralateral do corpo, sonolência
e deterioração do estado mental, até o coma. O tratamento
cirúrgico é geralmente bem sucedido, pois o hematoma, sendo
líquido, pode ser esvaziado através de uma trefina (abertura
pequena) no crânio e incisão na dura-máter. |