Na desmielinização
segmentar há acometimento de internodos
isolados ou múltiplos da baínha de mielina. Os eventos
degenerativos iniciam-se nos nodos de Ranvier, propagando-se às
regiões centrais dos internodos. O material resultante da degeneração
da mielina forma, como na degeneração Walleriana, enovelados
de membranas conhecidas como figuras de mielina, encontrados no
citoplasma das células de Schwann e em macrófagos.
A afecção
fundamental está na baínha de mielina ou na célula
de Schwann, não havendo doença primária do axônio.
A degeneração da mielina ocorre em internodos esparsos, intercalados
a outros não afetados. O processo pode ser intenso, envolvendo simultaneamente
muitos internodos, como na síndrome de Guillain-Barré,
ou pode ter evolução indolente, afetando internodos isolados.
Aspecto microscópico.
As
alterações degenerativas e desaparecimento da mielina podem
ser revelados por corantes especiais (Weigert) em microscopia óptica,
mas necessita-se microscopia eletrônica para visualizar detalhes
do processo ou alterações mais sutis.
Em microscopia
eletrônica, na fase aguda de desmielinização, observa-se
perda da estrutura da mielina, inicialmente junto ao nodo de Ranvier, depois
no restante do internodo. O material resultante da destruição
da baínha, constituído por membranas enoveladas e corpos
eletrodensos, é encontrado no citoplasma das células de Schwann
e em macrófagos no endonêurio. O axônio desmielizado
continua, porém, envolvido pela célula de Schwann. Esta pode
produzir uma nova baínha, inicialmente delgada e com poucas lamelas.
Esta desproporção entre o diâmetro do axônio
e a espessura da mielina é de grande valia no diagnóstico
de remielinização, especialmente se a baínha nova
é comparada com baínhas normais de outros axônios de
diâmetro semelhante. Eventualmente, a nova baínha pode
atingir a espessura original. |