Lâm.
A. 136/227. Astrocitoma fibrilar. O
astrocitoma fibrilar é um tumor comum em hemisférios cerebrais
de adultos e ocorre preferencialmente na substância branca. Não
tem cápsula nem limites precisos; ao contrário, infiltra
difusamente o tecido nervoso, inclusive o córtex. Embora de
grau de malignidade relativamente baixo (considerado grau II pela classificação
da OMS), mostra tendência a recidivar e progredir para graus da malignidade
mais altos com o passar do tempo.
As células constituintes são astrócitos que lembram
astrócitos normais, ou as formas reativas conhecidas como
astrócitos
gemistocíticos (ver a lâmina de infarto cerebral antigo,
A.
350). Contudo, os astrócitos neoplásicos variam de forma
e volume. Em alguns nota-se perda da relação núcleo-citoplasma
normal (o núcleo é grande demais para a quantidade de citoplasma)
e há pleomorfismo e hipercromatismo nucleares. Além
disso, vários astrócitos tumorais são multinucleados.
Os astrócitos normais são mononucleados e mesmo os gemistocíticos
têm no máximo dois núcleos. As células tumorais
produzem uma exuberante trama de prolongamentos que se entrelaçam,
dando o fundo fibrilar que caracteriza os tumores de origem neuroepitelial
(genericamente chamados de gliomas). A retirada cirurgica
completa destes tumores é difícil devido à sua má
delimitação, e é comum que haja recidivas. É
o que ocorreu no presente exemplo. O tumor situa-se diretamente abaixo
do couro cabeludo, sem interposição de osso, o qual havia
sido retirado parcialmente em uma craniotomia anterior. Na lâmina
A.
202, ver a variedade altamente maligna dos astrocitomas, chamada glioblastoma
multiforme, também um tumor originado em astrócitos. |