Carcinoma  basocelular  da  pele
Lam. A. 90

 

 
Carcinoma basocelular.  O tumor destruiu a epiderme e ocupa o derma como blocos celulares arredondados, formados por células que lembram as da camada basal da epiderme (núcleo ovalado, cromatina densa, citoplasma escasso e basófilo). Em cada bloco o centro é sólido (totalmente preenchido por células). Na periferia, as células tendem a formar uma camada mais nítida, em que os núcleos estão arranjados   perpendicularmente à superfície do agrupamento (disposição em paliçada), um aspecto muito próprio do carcinoma basocelular. O limite com a derme na profundidade é nítido, indicando que a capacidade infiltrativa do tumor é pequena. 

 

 
Lâm. A. 90. Carcinoma basocelular da pele.   Fragmento de pele da face retirado da região malar esquerda de uma mulher de 67 anos, de pele clara, lavradora, com longa história de exposição ao sol. A lesão formava uma placa elevada com cerca de 2 cm. de diâmetro, ulcerada e de bordos perláceos. Evolução de cerca de 2 anos. 
            O carcinoma basocelular é uma das neoplasias mais comuns da pele. Tende a ocorrer após a meia idade e tem grande predileção por áreas expostas, principalmente na face (sobrancelhas, região malar, orelhas, nariz e lábios).  É um tumor de invasividade local, que se não tratado pode destruir extensas áreas (chamado úlcera roedora ou ulcus rodens). Contudo, é excepcional que dê metástases, mesmo para linfonodos próximos. Se o tumor é retirado totalmente, em geral há cura definitiva. Para isso é necessário que as margens cirúrgicas estejam livres de tumor (ver abaixo).
           Localização preferencial dos carcinomas na pele da face.  Se passarmos uma linha pela comissura labial e lobo da orelha, os carcinomas basocelulares são mais freqüentes acima desta linha e os carcinomas epidermóides abaixo. 

 
Por quê pintar as margens cirúrgicas? 

      Peças cirúrgicas, depois de fixadas em formol, têm as margens cirúrgicas pintadas com tinta nanquim antes de serem recortadas para processamento histológico.  A tinta deve ser usada na concentração original. É pincelada sobre as margens e deixada secar livremente ou sob um ventilador por alguns minutos. O objetivo é marcar claramente as margens da peça para que sejam reconhecíveis na lâmina como uma linha preta. Com isso é possível verificar se restou tumor na margem. Se há tumor na margem, significa que ficou tumor no paciente e é necessário reoperar ou concentrar a radioterapia naquele local. Fala-se que a margem cirúrgica está comprometida. Se não há, fala-se em margens cirúrgicas livres. Esta informação é da maior importância para previnir recidivas. 

            O nanquim define se a borda do corte vista na lâmina corresponde realmente à borda do fragmento. É comum que, ao tirar os cortes no micrótomo, o bloco não tenha sido suficientemente desbastado para atingir toda a superfície do material. Pode haver tumor na borda do corte sem que isto signifique  tumor na borda do fragmento. Se houver tumor na borda do corte e o tumor estiver pintado, pode-se dizer com segurança que a margem está comprometida. Peças maiores vêm freqüentemente marcadas com reparos como fios ou botões coloridos para orientar o patologista sobre  as margens (superior, inferior, direita, esquerda, etc). 


 
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