Doença  fibrocística  da  mama
Lam. A. 43

 
 
            A displasia mamária ou doença fibrocística é a doença mais comum da mama. Inicia-se entre os 20 e 40 anos, com máxima sintomatologia antes da menopausa. As causas incluem excesso de estrógenos ou uma maior resposta do tecido mamário aos estrógenos circulantes.  A doença fibrocística tem comportamento benigno. Contudo, quanto mais acentuados os fenômenos proliferativos do epitélio, maior o risco de transformação carcinomatosa. 
            Histologicamente, a doença fibrocística caracteriza-se por hiperplasia tanto do estroma quanto do epitélio mamários, em proporções variáveis. Pode haver fibrose tanto do estroma interlobular como do intralobular. Ainda outro importante componente da doença fibrocística são cistos pequenos ou volumosos, derivados de ácinos, e cujo epitélio de revestimento apresenta a chamada metaplasia apócrina. Detalhes a seguir.

 

 
 
ADENOSE.    Na adenose há aumento do volume dos lóbulos mamários por aumento numérico dos ácinos. Isto pode acompanhar-se ou não por fibrose intralobular (ou mazoplasia). Lembrar que o estroma intralobular normal é frouxo. Aqui, torna-se semelhante ao estroma interlobular, de tecido fibroso denso. 
        OUTROS  EXEMPLOS  DE  ADENOSE
 
HIPERPLASIA DAS CÉLULAS MIOEPITELIAIS.  Na adenose há preservação da dupla população celular dos ácinos e ductos, como já descrito na mama normal. As células mioepiteliais, que se situam na parte periférica do ácino, podem hiperplasiar-se e tornar-se mais proeminentes que no lóbulo mamário normal (página anterior). 

 
 
ADENOSE  ESCLEROSANTE.    Fala-se em adenose esclerosante quando os ácinos proliferados estão distorcidos e comprimidos pela fibrose do estroma. O contorno do lóbulo torna-se anguloso e irregular. 

 
 
MAZOPLASIA  OU  FIBROSE  DO  ESTROMA  INTRALOBULAR.  O termo mazoplasia significa hiperplasia só do estroma do lóbulo.  É freqüentemente empregado como fibrose intralobular, mas às vezes é usado como sinônimo da doença fibrocística como um todo.

 
 
METAPLASIA  APÓCRINA  DO  EPITÉLIO  DOS  CISTOS.  Os cistos são um importante componente da displasia mamária.  Os maiores podem chamar a atenção pelo caráter nodular à palpação, que levanta suspeita de carcinoma. O mecanismo de sua formação não é bem compreendido. Originam-se de ácinos, mediante proliferação epitelial e compressão pelo tecido fibroso hiperplásico. Macroscopicamente são translúcidos e de cor azulada. É comum que o epitélio de revestimento destes cistos seja constituído por uma única camada de células colunares volumosas, com citoplasma fortemente eosinófilo e abundante. Diz-se que estas células apresentam metaplasia apócrina, por se assemelharem às de glandulas sudoríparas da axila.  Metaplasia apócrina é uma alteração benigna, às vezes encontrada também na mama normal.  A formação de projeções papilíferas, como observado aqui, não altera o bom prognóstico. 

 
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