Carcinoma  papilífero  da  tiróide

Abaixo, as características histopatológicas do carcinoma papilífero.
Nem todas feições estão presentes em um dado caso; esta página é baseada em quatro casos.  Clique na figura para ir ao quadro correspondente.
 

ARQUITETURA  PAPILÍFERA NÚCLEOS CLAROS  OU 
EM VIDRO FOSCO
PSEUDOINCLUSÕES  NUCLEARES FENDAS  NUCLEARES
CORPOS PSAMOMATOSOS COMPONENTE  FOLICULAR



 
ARQUITETURA  PAPILÍFERA
 
As células tendem a dispor-se ao longo de eixos conjuntivo-vasculares ramificados, formando papilas. As células costumam ser cubóides ou colunares baixas, uniformes e bem diferenciadas.  Atualmente, a arquitetura papilífera não é mais considerada o critério decisivo para o diagnóstico deste tipo de tumor, dando-se maior importância às características nucleares (ver abaixo). 

 
 
NÚCLEOS CLAROS OU EM VIDRO FOSCO. A cromatina das células do carcinoma papilífero é fina e regularmente dispersa, dando ao núcleo um aspecto claro e relativamente homogêneo.  A isto se denomina aspecto em vidro fosco. Há também um reforço na periferia do núcleo (a cromatina é mais densa abaixo da membrana nuclear). Atualmente estas características nucleares são consideradas mais importantes para o diagnóstico de carcinoma papilífero que a própria arquitetura papilífera. Tumores de arquitetura puramente folicular são considerados carcinomas papilíferos se os núcleos tiverem as características acima. 
 
Na literatura norte-americana usa-se a expressão 'Orphan Annie eye' nuclei, pela semelhança com os olhos de uma personagem de histórias em quadrinhos, criada em 1924 por Harold Gray para o jornal Chicago Tribune. Para saber tudo sobre Little Orphan Annie, visite o site http://www.liss.olm.net/loahp.html


 
 
PSEUDOINCLUSÕES INTRANUCLEARES resultam de invaginações da membrana nuclear contendo citoplasma. A imagem é criada por superposição, não se tratando de inclusão verdadeira, no sentido de um corpúsculo intranuclear.  São uma feição comum do carcinoma papilífero. As fendas da membrana nuclear (abaixo) têm natureza semelhante. 
 
FENDAS  NA  MEMBRANA  NUCLEAR.  São dobras da membrana que, dependendo do plano de observação, dão aspecto de uma fenda no núcleo, lembrando um grão de café. Em alguns núcleos cortados transversalmente a dobra da membrana nuclear fica bem visível. 

 
 
CORPOS PSAMOMATOSOS. São corpúsculos calcificados, freqüentemente com estrutura lamelada concêntrica, encontrados geralmente nos eixos conjuntivos das papilas.  Têm importância para o diagnóstico de carcinoma papilífero porque são muito mais raros em outros tipos de carcinoma da tiróide como o folicular, medular e anaplásico. 

 
 
COMPONENTE  FOLICULAR.  Os carcinomas papilíferos têm pelo menos alguns folículos em meio às papilas.  Em alguns, o componente folicular pode predominar muito sobre o papilífero, ou o tumor pode ser exclusivamente folicular. Neste caso, o diagnóstico de carcinoma papilífero baseia-se nas características nucleares (ver acima).  Esses carcinomas papilíferos são chamados de variante folicular e se comportam biologicamente como os carcinomas papilíferos habituais, ou seja, são infiltrativos localmente e, geralmente, não são encapsulados.  Seu prognóstico é melhor que o do carcinoma folicular verdadeiro. 

 
CARÁTER INFILTRATIVO

Carcinomas papilíferos podem ocorrer como lesões solitárias ou multicêntricas na tiróide. Alguns tumores são bem delimitados e até encapsulados. Outros, contudo, infiltram o parênquima adjacente com margens mal definidas. 


 
    Carcinomas da tiróide

         São relativamente raros, predominando no sexo feminino. O principal fator predisponente é radiação, particularmente na infância. Os tipos mais comuns são o carcinoma papilífero (cerca de 80%) e o folicular (15%). 

            O Ca. papilífero predomina entre os 20 e 40 anos, o folicular mais tarde (entre 40 e 50 anos).  Podem ser únicos ou múltiplos, encapsulados ou não. Ambos tipos  geralmente não captam iodo radioativo, aparecendo em cintilografias como nódulos frios. 

            O Ca. papilífero tende a dar metástases a linfonodos regionais. Contudo é de crescimento muito lento e o prognóstico é bom (98 % de sobrevida em 10 anos). O Ca. folicular mostra  propensão a  invadir vasos e dá metástases para ossos, pulmões, fígado, etc.  Mesmo assim, a sobrevida em 10 anos é 92% (Robbins). 


 
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