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Corpos amiláceos (corpora amylacea) são corpúsculos arredondados, com diâmetro da ordem de 10 a 12 mm, basófilos em HE, encontrados próximos às superfícies limítrofes do tecido nervoso, ou seja, abaixo da pia-máter, do epêndima e em torno de vasos. Aumentam em número com o avançar da idade e são especialmente abundantes em áreas de gliose. São formados por poliglucosans, ou seja, por polímeros glicídicos que, por hidrólise, originam apenas glicose. O amido e o glicogênio são exemplos de glucosans. A localização mais aceita para os corpos amiláceos é no interior de prolongamentos astrocitários, mas são também descritos em prolongamentos de oligodendrócitos e de neurônios. |
HE - Corpos amiláceos em localização subpial. |
Esta
paciente era portadora de lupus eritematoso sistêmico, mas o encontro
de corpos amiláceos é inespecífico e provavelmente
não tinha relação com a doença sistêmica.
Foram encontrados como achado casual em um bloco de lobo temporal.
As fotos abaixo são da camada mais superficial (camada molecular) do córtex cerebral. A leptomeninge é muito fina, mas é possível distinguir entre a aracnóide e pia máter. Abaixo da pia, há densa trama de prolongamentos astrocitários que aparecem como filamentos róseos. Em meio a estes observam-se os corpos amiláceos com corpúsculos basófilos (roxos), com estrutura lamelada e centro mais denso. |
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HE - Corpos amiláceos em localização perivascular. |
As fotos abaixo são da substância branca profunda, próxima ao epêndima do corno inferior do ventrículo lateral (este não demonstrado). Aqui vemos o acúmulo de corpos amiláceos em torno de pequenos vasos, por vezes formando estruturas rosetóides perivasculares. O centro do vaso é notado pela presença de hemácias. | |
PAS - Corpos amiláceos em localização subpial. |
PAS. Com a reação histoquímica do PAS (ácido periódico + reativo de Schiff) (para técnica, clique), os corpos amiláceos coram-se fortemente em vermelho magenta devido ao alto conteúdo de grupos glicídicos (dois OH em carbonos vizinhos). Aqui, em localização subpial. | |
PAS
- Corpos amiláceos em localização perivascular e subependimária.
O PAS dá forte destaque aos corpúsculos, que parecem mais numerosos que em cortes corados por HE. |
Localização perivascular. | |
Na substância branca profunda. | |
Em localização subependimária. O epêndima sofreu descamação, possivelmente por autólise, e não é identificável. | |
Corpúsculos alongados. A grande maioria dos corpos amiláceos são arredondados ou ovalados, mas com PAS identificam-se vários alongados ou baciliformes. Possivelmente são corpúsculos em fase inicial, ainda tomando a forma do prolongamento astrocitário onde se originam. | |
PAS com diastase. A digestão por amilase salivar (diastase) antes de efetuar a reação do PAS tem pouco efeito sobre a positividade dos corpos amiláceos, indicando que o polímero que os constitui é resistente à enzima. Em comparação, glicogênio seria totalmente digerido, e os depósitos desapareceriam após este tratamento. | |
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