Hemangioblastoma  cerebelar 

 
Espécime cirúrgico.  Nódulo arredondado, bem delimitado, de cor parda escura, consistência firme.  Ao corte, cor marrom escura, contém muitos pequenos vasos e cistos com sangue. Mede cerca de 2,5 x 1,5 x 1,5 cm e pesa 4 g. 

 
Lâminas  escaneadas. Em HE, tumor altamente vascularizado, com abundantes fibras reticulínicas (ver detalhes). As células estromais do tumor são positivas para NSE, S-100 e vimentina. Há uma orla GFAP positiva, constituída por astrócitos pré-existentes. 

 
PARAFINA  -  HE
Aspecto geral. 
O tumor é ricamente vascularizado, sendo parte dos vasos dilatados e contendo lagos sanguíneos. É circundado por fina orla de tecido glial, correspondendo à substância branca do cerebelo. 
Células do tumor.   O hemangioblastoma é constituído por dois tipos de células, as células endoteliais, que formam a rica rede vascular do tumor, e as células estromais.  Estas encontram-se entre os capilares e vasos maiores, e são mais ou menos abundantes, conforme a área. Caracteristicamente, contêm gotículas lipídicas no citoplasma, mas estas podem faltar. 
Trombose.  Alguns pequenos vasos estavam obstruídos por trombos. Os trombos abaixo são recentes, formados por fibrina, e não apresentam recanalização. 

 
Oil red O.  Esta coloração para lípides neutros é feita em cortes de congelação, habitualmente em material a fresco.  Aqui, como todo o tumor veio já em formol, a técnica foi  realizada em tecido fixado. O corante para lípides, de cor vermelha, dissolve-se no lípide. Usa-se hematoxilina como contracoloração. 

Reticulina. Uma exuberante rede de fibras reticulínicas presentes nas paredes dos capilares permeia o tumor. 

 
IMUNOHISTOQUÍMICA
VIM. Marca o citoplasma das células estromais, dando uma idéia da proporção destas células no tecido.  Vimentina também marca vasos, mas, como estes são muito delgados, destacam-se pouco.  Várias células estromais contêm gotículas lipídicas e outras têm citoplasma frouxo. 
Gotículas lipídicas.  Destacam-se como imagens negativas no citoplasma das células estromais marcado para vimentina. 

NSE. Enolase neurônio-específica (uma enzima, na realidade, inespecífica) é positiva no citoplasma, e às vezes também no núcleo das células estromais. Fala a favor da natureza neuroectodérmica destas células, cuja origem a rigor continua desconhecida (ver ref Burger et al, abaixo). 

GFAP. Demonstra a orla de tecido glial que fica aderida ao tumor, e muitos astrócitos reativos aprisionados no interior da neoplasia.  As células do tumor (estromais e endoteliais) são negativas. 
Astrócitos fibrosos com prolongamentos ricos em GFAP formam ilhotas no interior do tumor, englobando células estromais e capilares.  Os astrócitos teriam passado despercebidos sem a reação imunohistoquímica para GFAP.  Sua presença sugere que, embora o tumor tenha crescimento expansivo, vai englobando pequenas porções de tecido nervoso à medida que progride, um fenômeno referido como 'creeping substitution' *. 
* Burger PC, Scheithauer BW, Vogel FS. Surgical Pathology of the Nervous System and its Coverings. 4th Ed. 2002. Churchill Livingstone, New York. p. 330.

S-100. É positivo no núcleo e citoplasma das células estromais, apoiando a natureza neuroectodérmica  das mesmas. S-100 é positivo em células originadas do tubo neural (inclusive astrócitos e epêndima) e da crista neural (como células de Schwann e melanócitos). 
Astrócitos fibrosos  na periferia e no interior do tumor são demonstrados também com S-100, a exemplo do já observado acima com GFAP. 

CD34. Usado para demonstrar a rede vascular do tumor.  Revela a grande quantidade de delicados capilares ramificados, sendo a densidade destes variável conforme a área. Em áreas com menor quantidade de células estromais há mais capilares e vice versa. 

 
Ki-67.  A grande maioria dos núcleos marcados pertencem a células endoteliais, sugerindo que são elas o elemento de maior proliferação no tumor. As células estromais são marcadas só raramente. 

 
Caso do Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de Limeira, SP (Chefe Prof. Dr. Antonio Augusto Roth-Vargas), gentilmente contribuído pelos Drs. Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e Hoyama da Costa Pereira. 

 
Para RM desta paciente, clique  »
Características de imagem dos hemangioblastomas Neuropatologia dos hemangioblastomas
Neuropatologia
- Graduação
Neuropatologia - 
Casos Complementares
Neuroimagem
- Graduação
Neuroimagem - 
Casos Complementares
Correlação 
Neuropatologia - Neuroimagem
VOLTA À PÁGINA ÍNDICE