Ganglioglioma com 
transformação anaplásica.
1. Tumor original

 
Para os exames de ressonância magnética deste caso, ver páginas de neuroimagem (1)  (2) .  Nesta página, as biópsias iniciais de 1999 e 2000, cujo diagnóstico foi ganglioglioma.
O tumor recidivado em 2004 com franca anaplasia está na página seguinte

 
PRIMEIRA BIÓPSIA (1999)
HE.  Neoplasia moderadamente célular, constituída predominantemente por células semelhantes a astrócitos fibrilares, com neurônios esparsos e sem orientação definida. Não há sinais de malignidade. 
Neurônios destacam-se por seu citoplasma bem definido, núcleo grande e vesiculoso, com nucléolo evidente. 
Vasos sanguíneos  do tumor são delicados, com núcleos de células endoteliais espaçados. Não há evidência de proliferação vascular. 
Concreções calcáreas. Observadas em certas áreas. 

 
SEGUNDA BIÓPSIA, 2000. As feições básicas permanecem, porém nota-se maior celularidade no componente glial, e células atípicas de linhagem indefinida, várias multinucleadas. Neurônios esparsos com morfologia normal são também encontrados.  Ficou confirmado o diagnóstico inicial de ganglioglioma
Componente glial
Neurônios destacam-se por seu citoplasma bem definido, núcleo grande, por vezes vesiculoso, com nucléolo evidente em algumas células. 
Células atípicas e multinucleadas, de linhagem incerta, presumivelmente gliais. 

 
IMUNOHISTOQUÍMICA
GFAP. Positivo nas pequenas células gliais semelhantes a astrócitos fibrilares, que constituem a maior população do tumor. É negativo em neurônios com aspecto típico e nas grandes células atípicas. 
Neurônios: negativos.
Células atípicas: negativas.
VIM. Positivo nas pequenas células gliais, semelhantes a astrócitos fibrilares, e nas grandes células atípicas. Como o antígeno é inespecífico, isto não permite atribuir uma linhagem definida a estas células.
Células atípicas:  positivas.
S-100. Positivo nos astrócitos fibrilares, negativo nas grandes células atípicas. 
NSE. Positividade variável, inclusive em células com citoplasma abundante que, por vezes, formam agrupamentos. Na última fileira, aspecto em HE de um destes grupos. Como o anticorpo é de pouca especificidade, fica difícil atribuir linhagem neuronal às células marcadas. (Ver, porém SNF e CGR abaixo).  Negativo nas grandes células atípicas (não demonstrado). 
SNF. Positivo em algumas células com citoplasma abundante, que poderiam ser, portanto, de linhagem neuronal. Negativo nas grandes células atípicas. 
CGR. Resultado semelhante ao com SNF.  Negativo nas grandes células atípicas. 
Ki-67. Positivo em raros astrócitos fibrilares neoplásicos.  Negativo nas células que lembram neurônios e em todas as grandes células atípicas encontradas. O resultado é compatível com tumor de baixa proliferação. 

 
Comentário

Nas duas biópsias o material foi diagnosticado como ganglioglioma em face da coexistência de um componente glial predominante, com aspecto de astrocitoma fibrilar (positivo para GFAP, VIM, S-100), e células que podem ser classificadas como neurônios em vista de sua morfologia em HE e de positividade em reações imunohistoquímicas (NSE, SNF, CGR) (IH só na segunda biópsia). 

Na segunda biópsia, a celularidade do componente glial era maior e foram encontradas células pleomórficas e multinucleadas, cuja natureza não ficou clara. Só foram positivas para vimentina, negativas para GFAP e S-100 (afasta linhagem astrocitária) e negativas para os marcadores neuronais usados.  Apesar das atipias, estas células eram negativas para Ki-67, indicando proliferação muito baixa ou ausente.  O marcador foi positivo em poucas células, sugerindo neoplasia de crescimento lento. 

Ressonância magnética em junho de 2001 e janeiro de 2003 não mostrou evolução da lesão. Contudo, em janeiro de 2004, sintomas de hipertensão intracraniana indicaram recidiva tumoral, agora com feições francamente anaplásicas (ver página seguinte). 


 
Para mais imagens deste caso: 
RM inicial RM após 5 anos Neuropatologia do tumor recidivado
Sobre gangliogliomas Características de imagem dos gangliogliomas Neuropatologia de outros casos de ganglioglioma
Neuropatologia
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