Peça
SN-3. Tuberculose primária progressiva (complexo primário
+ meningite tuberculosa).
Numa minoria de casos, a tuberculose primária
não se cura espontaneamente mas, ao contrário, evolui para
uma grave disseminação pelo organismo que, se não
tratada, é fatal. A isto se chama
tuberculose primária
progressiva. Neste pulmão de criança observa-se o complexo
primário tuberculoso, composto pelo
nódulo de Ghon
e pela adenite satélite. O nódulo de Ghon está
na localização característica: subpleural e na região
média do pulmão. Embora pequeno, apresenta necrose caseosa.
A partir dele, os bacilos migraram pelos linfáticos até um
linfonodo
hilar, onde a lesão tuberculosa foi maior, com extensa necrose
caseosa. O conjunto das duas lesões é chamado
lesão
em halteres (= complexo primário), pois lembra as bolas de um
haltere com a barra (não visível) representando a via linfática
de disseminação.
A partir destas lesões, especialmente no linfonodo, os bacilos podem
atingir as veias ou as artérias pulmonares, resultando em disseminação
hematogênica. Um dos órgãos mais atingidos é
o cérebro, na forma de meningite. Como outras meningites
crônicas, a meningite tuberculosa atinge mais a base cerebral do
que a convexidade. O exsudato e/ou os granulomas espessam a meninge, envolvendo
vasos e nervos e dificultando sua identificação. As conseqüências
podem ser arterites e flebites levando a trombose, e lesão de nervos
cranianos, causando surdez e estrabismo. Pode também haver obstrução
ao fluxo liquórico causando hidrocefalia (não observada aqui). |