Lâm.
A. 229. Infartos pulmonares: recente e em fase de reabsorção.
A
lâmina tem dois cortes, que mostram infartos pulmonares em fases
diferentes. Os infartos no pulmão são devidos a oclusão
(quase sempre embólica) de ramos da artéria pulmonar, e são
sempre
hemorrágicos por causa da textura frouxa do órgão.
Com a necrose, a pressão no lado venoso dos capilares leva à
inundação hemorrágica dos alvéolos.
No corte de infarto recente predomina a hemorragia intraalveolar.
Há áreas onde os septos interalveolares ainda apresentam
núcleos (já picnóticos) e outra onde os núcleos
já desapareceram. As hemácias estão ainda íntegras
porque o infarto é recente. Macroscopicamente, a área de
infarto é em forma de cunha, com o ápice voltado para o vaso
ocluído. A cor é vermelha escura ou negra, lembrando um coágulo,
e a consistência é firme.
No corte de infarto em reabsorção a área de
infarto está delimitada do pulmão normal por uma fina camada
de tecido de granulação, que se forma em reação
à necrose. É constituído por capilares neoformados
e células inflamatórias. As células inflamatórias,
p. ex. neutrófilos, saem dos capilares e invadem o tecido
necrótico a partir da periferia. Na periferia do infarto observam-se
neutrófilos em meio aos alvéolos necróticos e hemácias
degeneradas (hemolisadas). No centro do infarto, onde as células
inflamatórias ainda não chegaram, há necrose coagulativa
completa. Os septos aí estão totalmente anucleados e
com aspecto hialino. O material frouxo que preenche os alvéolos
deriva do sangue intraalveolar presente na fase aguda. Comparar com as
áreas de pulmão normal (fotos embaixo). Com o passar
do tempo toda a região necrótica é fagocitada e o
resultado é uma cicatriz fibrosa de cor esbranquiçada. |