Lâm.
A. 328-329. Microabscessos no miocárdio (inflamação
aguda abscedida).
Na imagem escaneada da lâmina (corte mais largo) observam-se pequenas
áreas basófilas que são microabscessos situados
no miocárdio. Estes se desenvolveram durante uma
septicemia,
em que bactérias proliferam no sangue circulante, e as defesas orgânicas
não conseguem debelá-las. O abscesso é uma área
de infecção purulenta localizada, e que constitui uma cavidade
nova. Esta cavidade é formada por necrose do tecido por ação
das bactérias e dos neutrófilos. Tanto as bactérias
como os neutrófilos liberam enzimas proteolíticas e substâncias
tóxicas, causando morte celular. A necrose neste caso é
do tipo liqüefativo, pois as células mortas são
rapidamente digeridas pelas enzimas.
Nos microabscessos há duas áreas distintas: uma região
central densa e fortemente basófila (roxa), que é constituída
por uma colônia de bactérias. Em volta há um halo espesso
de células inflamatórias, basicamente neutrófilos.
O conjunto constitui o microabscesso. O fato de que há bactérias
visíveis é evidência que a reação inflamatória
não foi suficiente para conter a proliferação das
mesmas. Isto pode ser por depressão das defesas ou porque a virulência
dos germes ou o tamanho do inóculo são muito grandes. O exsudato
purulento que circunda as bactérias tem, além de neutrófilos
viáveis, muitos restos nucleares, que aparecem como corpúsculos
basófilos pequenos, menores que um lóbulo nuclear de um neutrófilo.
Estes restos originam-se provavelmente de neutrófilos que degeneraram
(piócitos), o que ocorre por apoptose. As células
cujos núcleos não são segmentados provavelmente são
neutrófilos
imaturos (bastonetes, metamielócitos, ou mielócitos).
Numa infecção muito grave a medula óssea lança
na circulação também células imaturas, já
que os neutrófilos maduros não são suficientes. |