Lâm.
A. 36/38. Hanseníase virchowiana em baço e nervo.
A
hanseníase virchowiana (antigamente denominada lepra lepromatosa)
é doença infecciosa de longa evolução que,
além da pele, acomete nervos periféricos e pode ter distribuição
sistêmica. Órgãos ricos em células do sistema
mononuclear fagocitário (antigamente denominado sistema retículo-endotelial)
como baço, linfonodos, fígado e medula óssea, são
mais acometidos.
Aqui, o corte maior da lâmina mostra hanseníase virchowiana
no baço. É demonstrada por macrófagos de citoplasma
espumoso (células de Virchow), que formam agrupamentos na
polpa
vermelha. O citoplasma destas células é claro porque
contém abundantes bacilos de Hansen, mas estes não
são visíveis em HE, apenas com a coloração
de Ziehl (não demonstrado aqui). Uma importante complicação
da hanseníase virchowiana é a amiloidose secundária.
O amilóide, neste caso, depositou-se nos folículos de Malpighi
da polpa branca, que ficaram transformados em bolas hialinas, com
substituição quase completa dos linfócitos (lâmina
já vista no módulo de Degenerações).
O fragmento de tamanho médio mostra um nervo do mesmo paciente.
Nele, observam-se células de Virchow entre os feixes de axônios
e células de Schwann. A estrutura do nervo está preservada
apenas na periferia. O centro do fragmento apresenta completa substituição
por tecido fibroso denso, resultado da cicatrização
da lesão hanseniótica. |