Síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA)  ou  pulmão de choque.
Fase aguda com membranas hialinas

 
A SARA (síndrome da angústia respiratória do adulto),também chamada lesão alveolar difusa ou pulmão de choque, é uma lesão difusa do parênquima pulmonar por vários tipos de agente. Entre eles, o estado de choque prolongado de qualquer natureza, ingestão ou inalação de  substâncias tóxicas como o herbicida paraquat, toxicidade pelo oxigênio, aspiração de conteúdo gástrico, infecções virais, etc.  Clinicamente, a síndrome é caracterizada por intensa dispnéia e outros sinais de insuficiência respiratória de rápida instalação. 

A lesão inicial na SARA pode ocorrer tanto nas células endoteliais dos capilares pulmonares (o mais freqüente), como das células de revestimento alveolar (pneumócitos I, menos freqüente).  Nas etapas subseqüentes, há habitualmente lesão de ambas, resultando em disfunção da barreira alvéolo-capilar e prejudicando grandemente as trocas gasosas. 

A lesão celular leva a aumento de permeabilidade dos dois tipos de células, permitindo a passagem de fluidos e proteína para a superfície alveolar. Nas fases iniciais, proteínas plasmáticas extravasadas forram parcialmente os alvéolos, formando membranas hialinas.  Posteriormente esse material é removido por fagocitose. Os pneumócitos I lesados são removidos e substituídos por pneumócitos II, que são células cúbicas ou arredondadas, bem mais espessas que os pneumócitos I.  Os pneumócitos II proliferados forram os alvéolos à maneira de epitélio.  Sendo espessos, dificultam as trocas gasosas.  Por fim, há reação inflamatória crônica e fibrose difusa do interstício pulmonar, resultando na fibrose pulmonar difusa

Em pequeno aumento,  observam-se poucos alvéolos expandidos. Sua superfície está parcialmente revestida por membranas hialinas. O tecido pulmonar entre estes alvéolos é constituído por alvéolos atelectásicos, infiltrado inflamatório e septos interalveolares edemaciados. 

 
Alvéolo revestido por membranas hialinas.

Membranas hialinas. Num mesmo alvéolo podem coexistir as membranas hialinas e hiperplasia regenerativa dos pneumócitos II. Estes tomam aspecto de epitélio cúbico simples revestindo parcialmente a superfície alveolar. 

Hiperplasia e hipertrofia dos pneumócitos II. Os pneumócitos II proliferam em resposta à lesão dos pneumócitos I.  Devido ao estímulo regenerativo, alguns pneumócitos II são hipertróficos, com núcleos volumosos e nucléolos proeminentes. Estes sugerem síntese proteica ativa pela célula. Algumas mitoses são observadas. 

 

Lesão dos bronquíolos.  Em vários bronquíolos o epitélio respiratório sofreu necrose e descamou. As cavidades são reconhecíveis como bronquíolos pela musculatura lisa logo abaixo da superfície. 

 
Para aspecto macroscópico, ver, no banco de imagens:    pulmão de choque 1 e 2
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