Departamento de Anatomia PatológicaPatologia Ginecológica |
Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.
Caso 199: 60 anos, lesão pruriginosa em vulva. Biópsia vulvar.
Descrição microscópica:epitélio escamoso vulvar com hiperqueratose e áreas de atrofia, com edema subepitelial e moderado inflamatório linfocitário (Fig. 1), ou derme com aspecto hialinizado, denso e perda dos anexos da pele (Fig. 2). Em outras áreas há acantose com boa diferenciação do epitélio escamoso (Fig. 3). Notam-se ainda, tanto nas áreas de epitélio atrófico (Fig. 4) como nas áreas de acantose, atipias de células na camada basal (Fig. 5). A reação imuno-histoquímica para o p16 mostra apenas raras células coradas (Fig. 6), enquanto a expressão nuclear do p53 foi forte e difusa (Fig. 7).
Diagnóstico: NEOPLASIA INTRAEPITELIAL VULVAR DO TIPO DIFERENCIADA, p16 negativo e p53 com expressão aberrante. LÍQUEN ESCLEROSO VULVAR ASSOCIADO.
Comentário:O diagnóstico de NIV diferenciada é bem menos comum que a NIV usual e corresponde de 2 a 10% de todas as NIV. Devemos lembrar que a NIV diferenciada é sempre de alto grau e tem uma evolução mais rápida para carcinoma escamoso do que a NIV usual. A patogênese da NIV diferenciada não se associa à infecção pelo HPV e está relacionada às dermatoses (como o líquen escleroso da vulva) e à mutação do p53, que é observada em 70 a 90% das lesões. O diagnóstico morfológico de NIV diferenciada é mais difícil e geralmente subdiagnosticado. As lesões podem ser acantóticas ou atróficas e a presença de atipias das células basais e de disceratose auxiliam o diagnóstico. Nas lesões vulvares, a importância das reações imuno-histoquímicas para p16 e p53 deve ser enfatizada.
Palavra-chave: VULVA