Departamento de Anatomia Patológica

Patologia Ginecológica

         Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.



Caso 198: 63 anos, lesão sólido-cística em ovário esquerdo, medindo 12 cm no maior diâmetro, com superfície de corte de aspecto sólido e multicístico.



Figura 1



Figura 2



Figura 3



Figura 4



Figura 5



Figura 6



Figura 7



Figura 8



Figura 9



Figura 10


Descrição microscópica:neoplasia com variado aspecto histológico, com áreas frouxas, hipocelulares, com edema (Fig.1), tendo de permeio cordões celulares monótonos (Fig. 2), áreas com estruturas tubulares formadas por células de Sertoli (Fig. 3) e focalmente com dupla população de células eosinófilas de Leydig e de Sertoli (Fig. 4). Em outras áreas havia componente diferente, semelhante ao tumor de células da granulosa macrofolicular (Fig. 5), com células luteinizadas de citoplasma amplo e eosinófilo (Fig. 6) formando pequenos folículos (Fig. 7, 8), atipia celular moderada focal (Fig. 9) e a reação imunohistoquímica para INIBINA foi positiva em ambos componentes (Fig. 10).

GINANDROBLASTOMA DO OVÁRIO ESQUERDO COM COMPONENTE DE TUMOR DE CÉLULAS DA GRANULOSA JUVENIL.

Comentário:Ginandroblastoma é um tipo raro de tumor do estroma e cordões sexuais do ovário, que apresenta ambos os tipos de diferenciação: feminina e masculina. Estas áreas devem representar pelo menos 10% do tumor. Ocorre mais em jovens, porém também é descrito na pós-menopausa, como este caso. É tumor unilateral, com volume variando de 5 a 20 cm de diâmetro e pode se apresentar sem sintomas hormonais ou com efeitos androgênicos ou estrogênicos. O componente de tumor de células da granulosa do tipo juvenil é mais raro e, segundo a literatura corresponde apenas a 20% dos tumores descritos. Quanto à histogênese, é interpretado como tumor que se origina a partir de célula progenitora, de origem mesodérmica, capaz de desenvolver nos 2 componentes: masculino e feminino. Pelos poucos casos na literatura, é difícil saber seu comportamento clínico, porém recidivas já foram descritas. Ref.: Jang NR et al. J Pathol Transl Med. 2018; 52(5): 344–348.
Palavra-chave: Ovário