Departamento de Anatomia Patológica

Patologia Ginecológica

         Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.



Caso 189: 63 anos, sangramento pós-menopausa e biópsia com diagnóstico de adenocarcinoma do endométrio, foi submetida à histerectomia.



Figura 1



Figura 2



Figura 3



Figura 4



Figura 5



Figura 6


Descrição microscópica: Neoplasia epitelial maligna formando glândulas bem diferenciadas de padrão endometrióide (Fig. 1, 2), com atipia nuclear leve a moderada e infiltrando mais da metade da espessura do miométrio (Fig. 3). Chama a atenção o tipo de invasão conhecida como “MELF”, do inglês, que corresponde a: “Microcystic, ELongated and Fragmented”. Este padrão de invasão apresenta glândulas pequenas ou dilatadas (Fig. 4), formando cistos ou fendas alongadas, revestidas por epitélio achatado, semelhante ao endotélio e por algumas células histiocitóides (Fig. 4, 5). O estroma, ao redor dos focos de invasão, tem aspecto fibro-mixóide (Fig. 4, 6).

Diagnóstico: ADENOCARCINOMA ENDOMETRIÓIDE BEM DIFERENCIADO DO ENDOMÉTRIO (G1 OU DE BAIXO GRAU), INFILTRADNO MAIS DA METADE DO MIOMÉTRIO E APRESENTANDO O PADRÃO DE INVASÃO MIOMETRIAL DO TIPO “MELF”.

Comentário:O reconhecimento do tipo de invasão MELF é um dado morfológico importante nos adenocarcinomas endometrióides de baixo grau, pois se relaciona à maior frequência de invasão vascular e metástases em linfonodos, que estão presentes em 50% dos casos. Deve ser lembrado que o padrão MELF, com células achatadas, semelhantes ao endotélio, pode ser confundido com invasão vascular.
Palavra-chave: Endométrio