Departamento de Anatomia PatológicaPatologia Ginecológica |
Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.
Descrição microscópica: mucosa tubária com infiltrado inflamatório no estroma, epitélio tubário hiperplásico (Fig. 1), com células em multicamadas, com atipia celular leve a moderada, complexidade arquitetura focal com arranjo cribriforme (Fig. 2, 3, 4, 5) e áreas com citoplasma amplo e núcleos vesiculosos com pequenos nucléolos (Fig. 6). Foram feitas reações imuno-histoquímicas para o diferencial entre hiperplasia com atipia e adenocarcinoma seroso da tuba. As reações mostraram: p53 do tipo não mutado (wild type); p16 negativo; receptor de estrógeno (RE) difusamente positivo; Ki67 positivo em cerca de 20% dos núcleos (Fig. 7).
Diagnóstico: SALPINGITE CRÔNICA ATIVA COM HIPERPLASIA EPITELIAL TUBÁRIA PSEUDOCARCINOMATOSA.
Comentário: Existe uma variedade de lesões pseudoneoplásicas no trato genital feminino, relacionadas a processos inflamatórios, a alterações pelo reparo e efeito hormonal. Neste caso, trata-se de lesão secundária à inflamação crônica com hiperplasia epitelial exuberante, que pode ser confundida com adenocarcinoma. Entretanto, o perfil imuno-histoquímico favorece a natureza não neoplásica da lesão. O alto índice de proliferação com Ki67 de 20% também é esperado em processos de regeneração e reparo.