Departamento de Anatomia Patológica

Patologia Ginecológica

         Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.



Caso 180: 48 anos, queixa de dor em baixo ventre e história prévia de doença inflamatória pélvica (DIP). Realizada salpingectomia unilateral com tuba espessada..



Figura 1



Figura 2



Figura 3



Figura 4



Figura 5



Figura 6



Figura 7


Descrição microscópica: mucosa tubária com infiltrado inflamatório no estroma, epitélio tubário hiperplásico (Fig. 1), com células em multicamadas, com atipia celular leve a moderada, complexidade arquitetura focal com arranjo cribriforme (Fig. 2, 3, 4, 5) e áreas com citoplasma amplo e núcleos vesiculosos com pequenos nucléolos (Fig. 6). Foram feitas reações imuno-histoquímicas para o diferencial entre hiperplasia com atipia e adenocarcinoma seroso da tuba. As reações mostraram: p53 do tipo não mutado (wild type); p16 negativo; receptor de estrógeno (RE) difusamente positivo; Ki67 positivo em cerca de 20% dos núcleos (Fig. 7).

Diagnóstico: SALPINGITE CRÔNICA ATIVA COM HIPERPLASIA EPITELIAL TUBÁRIA PSEUDOCARCINOMATOSA.

Comentário: Existe uma variedade de lesões pseudoneoplásicas no trato genital feminino, relacionadas a processos inflamatórios, a alterações pelo reparo e efeito hormonal. Neste caso, trata-se de lesão secundária à inflamação crônica com hiperplasia epitelial exuberante, que pode ser confundida com adenocarcinoma. Entretanto, o perfil imuno-histoquímico favorece a natureza não neoplásica da lesão. O alto índice de proliferação com Ki67 de 20% também é esperado em processos de regeneração e reparo.