Departamento de Anatomia PatológicaPatologia Ginecológica |
Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.
Descrição microscópica: Neoplasia bem delimitada constituída por feixes de células musculares lisas entremeadas por células adiposas (Fig. 1), isoladas ou em agrupamentos maiores (Fig. 2, 3, 4, 5). Notam-se ainda muitos vasos grosseiros, dismórficos e dilatados na lesão (Fig. 6, 7). O estudo imuno-histoquímico demonstrou expressão de marcadores de músculo liso (Desmina e Caldesmon) (Fig. 8); expressão focal do marcador de melanócito HMB45 e o índice de proliferação celular (Ki67) foi menor que 5% (Fig. 9). Assim, a neoplasia se caracteriza por 3 componentes: músculo liso, tecido adiposo e vasos dismórficos), em variada quantidade (Fig. 10).
Diagnóstico: ANGIOMIOLIPOMA extra-renal ou retroperitonial.
Comentário:: Angiomiolipoma é tumor mais frequentemente descrito no rim (86% dos casos), porém pode ter localização extra-renal, como o presente caso, o que dificulta seu diagnóstico, podendo ser confundido com outro tumor pélvico, como de ovário. São descritos casos no retroperitônio, no corpo uterino e no fígado. Sua típica constituição pelos 3 componentes facilita o diagnóstico por imagem. Ocorre em ampla faixa etária, dos 20 aos 80 anos e pertence ao grupo de neoplasia conhecido como PECOMA, originado a partir da célula epitelióide perivascular que expressa tanto marcadores de músculo liso como de melanócitos. Na maioria dos casos tem comportamento benigno, porém já foram descritas recidivas ou metástases.