Departamento de Anatomia PatológicaPatologia Ginecológica |
Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.
Descrição microscópica: mucosa endometrial mostrando glândulas densamente
agrupadas, com complexidade arquitetural, atipia celular leve a moderada focal (Fig. 1, 2), extensa metaplasia escamosa, com focos de corneificação (Fig. 3, 4). Notam-se macrófagos xantomatosos focalmente no estroma (Fig. 5, 6). As reações imuno-histoquímicas mostraram expressão de receptor de estrógeno (Fig. 7), vimentina positiva focalmente nas células epiteliais (Fig. 8), expressão forte e difusa do p16 no núcleo e citoplasma (Fig. 9) ep53 do tipo não mutado (wild type) (Fig. 10).
Diagnóstico: Adenocarcinoma endometrióide bem diferenciado (G1) ou de baixo grau do endométrio com extensa diferenciação escamosa.
Comentários: Neste caso, o problema está no diagnóstico diferencial entre adenocarcinoma do colo uterino (p16+) e adenocarcinoma do endométrio (RE+ e VIM+). A presença de macrófagos xantomatosos fala a favor da amostra ter origem no endométrio e a história de uso de hormônio exógeno por vários anos pode explicar a extensa metaplasia escamosa na neoplasia. A expressão do p16 é observada no adenocarcinoma seroso do endométrio, entretanto, neste caso, este diagnóstico não fica confirmado pela falta de expressão anormal do p53. Por outro lado, também é descrito que adenocarcinoma endometrióide com extensa metaplasia escamosa pode apresentar expressão do p16, como no presente caso.