Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.
Caso 172: Peça cirúrgica de tumor sólido-cístico em parede de retossigmóide (Fig. 1), medindo 3,3x4,7 cm, de mulher de 34 anos.
Descrição microscópica: Na espessura da camada muscular do cólon (Fig. 2), nota-se lesão cística revestida por epitélio achatado, sem atipias e que mostra na luz do cisto, massa constituída por glândulas e estroma do tipo endometrial (Fig. 3), com estroma delicado e vasos focalmente espessos e grosseiros, semelhantes aos encontrados nos pólipos endometriais (Fig. 4). Não se notam atipias tanto no epitélio, quanto no estroma e não são observadas figuras de mitose no estroma (Fig. 5). Focalmente, na parede do cisto notam-se estroma fibroso denso do tipo estroma endometrial e alguns macrófagos com hemossiderina (Fig. 6). A lesão da endometriose atinge as camadas muscular e serosa da parede intestinal (Fig. 7), sem atingir o tecido adiposo adjacente. Os linfonodos estão livres de lesões.
Diagnóstico: Endometriose polipóide do retossigmóide, com lesão sólido-cística na camada muscular da parede intestinal. Endometriose compromete focalmente a camada serosa do cólon, sem atingir o tecido adiposo adjacente.
Comentário: A lesão de endometriose polipóide é pouco comum e pode comprometer vários órgãos, sendo a região do cólon retossigmóide descrita em relatos de casos. Microscopicamente é semelhante a um pólipo da mucosa endometrial, com estroma e glândulas endometriais e vasos grosseiros, como neste caso. São poucos casos descritos.
REF: Parker RL et al. Polypoid endometriosis. Am J Surg Pathol 2004; 28: 285-97.