Departamento de Anatomia Patológica

Patologia Ginecológica

         Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.



Caso 169: 35 anos, citologia cervical com NIC 3, submetida a cone de colo uterino.


Figura 1



Figura 2



Figura 3



Figura 4



Figura 5



Figura 6


Descrição microscópica: Cone de colo uterino apresentando denso infiltrado inflamatório no estroma, com formação de folículo linfóide e substituição do epitélio endocervical por epitélio escamoso atípico em toda a sua espessura (Fig. 1). Em alguns focos, notam-se blocos de células epiteliais atípicas invadindo superficialmente o estroma, medindo menos de 1 mm de profundidade de invasão (Fig. 2, 3, 4). As margens de ressecção do cone foram pintadas com tinta nanquim e estão comprometidas pela lesão de NIC 3 (Fig. 5 e 6).

Diagnóstico: Carcinoma escamoso do colo uterino, superficialmente invasivo (ou micro-invasivo), multifocal, com profundidade máxima de invasão menor que 1 mm, estádio Ia1 da FIGO. Ausência de êmbolos carcinomatosos. Extensas áreas de neoplasia intraepitelial cervical de grau 3 (NIC3 ou lesão intraepitelial escamosa de alto grau). Cervicite crônica folicular inespecífica. Margens de ressecção ectocervical e endocervical do cone comprometidas por NIC3.

Comentário: Na nova classificação dos estádios da FIGO, de 2018, do carcinoma do colo uterino, o estádio Ia, superficialmente invasivo ou micro-invasor, passou a ser conceituado apenas com a maior profundidade de invasão. A extensão lateral máxima da lesão não é mais necessária pela nova classificação. No laudo do cone é sempre importante relatar se há ou não êmbolos carcinomatosos e o aspecto das margens endo e ectocervical, se estão livres ou comprometidas pela lesão.