Departamento de Anatomia Patológica

Patologia Ginecológica

         Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.



Caso 166: 34 anos, tumor sólido-cístico em ovário direito com 11x7x4,5cm, com superfície externa papilífera e que se estende para a região pélvica (Figura 1), onde está aderido ao apêndice cecal.


Figura 1



Figura 2



Figura 3



Figura 4



Figura 5



Figura 6



Figura 7



Figura 8


Descrição microscópica: na superfície do ovário nota-se crescimento neoplásico papilífero revestido por células epiteliais de tipo seroso, em várias camadas, com atipia celular moderada (Fig. 2, 3) e raras mitoses. Focalmente observa-se invasão da haste papilar por células neoplásicas (Fig. 4, 5) e em outros focos, a área de invasão mede mais de 5 mm no maior diâmetro (Fig. 6). No peritônio foram vistos implantes do tumor (Fig. 7), bem como na parede do apêndice cecal (Fig. 8).

Diagnóstico: Carcinoma Seroso de Baixo Grau do ovário Direito associado a extensas área de Tumor Seroso Borderline, com crescimento para a superfície externa do ovário. Implantes no peritônio pélvico de invasão da parede do apêndice cecal pelo carcinoma.

Comentário: O carcinoma seroso de baixo grau do ovário é raro e corresponde a menos de 10% dos carcinomas serosos. Diferente do carcinoma seroso de alto grau, que é o mais comum, sua via de patogênese não se relaciona à mutação do p53, porém se associa ao tumor seroso borderline, com um gradiente de aspectos morfológicos. No tumor seroso borderline pode haver pequenos focos de micro-invasão, entretanto quando os focos ocupam área maior que 10 mm2 ou com mais de 5 mm de diâmetro, são chamados de Carcinoma Seroso de Baixo Grau.