Departamento de Anatomia Patológica

Patologia Ginecológica

         Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.



Caso 164: 49 anos, tumor cístico em ovário direito com12x10x9cm, com papilas na luz e leve rugosidade na superfície externa.


Figura 1



Figura 2



Figura 3



Figura 4



Figura 5



Figura 6



Figura 7


Descrição microscópica: A neoplasia apresenta áreas com papilas largas revestidas por epitélio seroso em monocamada, sem atipia (Fig. 1), típicas de cistadenoma seroso. Em outros focos notam-se papilas complexas, com estratificação de núcleos e atipia celular leve a moderada (Fig. 2, 3, 4), fazendo o diagnóstico de tumor seroso borderline. Na superfície externa do ovário há focalmente crescimento papilífero da neoplasia (Fig. 5). A tuba adjacente apresenta salpingite crônica inespecífica com corpos psamomatosos e proliferação epitelial papilífera na luz (Fig. 6). No omento são observados focos de endossalpingiose simples ou cística e implante não invasivo do tumor seroso borderline (Fig. 7).

Diagnóstico: Tumor Seroso Borderline do ovário direito, associado a áreas de cistadenoma seroso. Crescimento do tumor seroso borderline para a superfície externa do ovário. Presença de implantes não invasivos do tumor seroso borderline para o omento. Salpingite crônica inespecífica associada à proliferação papilífera do epitélio tubário e corpos psamomatosos na luz da tuba direita. Corpos psamomatosos e focos de endossalpingiose simples e cística no omento.

Comentário: Este caso mostra a associação de tumor seroso borderline com a lesão de proliferação papilífera do epitélio tubário, os implantes não invasivos e focos de endossalpingiose no omento. Para Kurman (referência), a patogênese do tumor seroso borderline também está relacionada à tuba que apresenta inflamação crônica e proliferação epitelial papilífera. Esta poderia ser a lesão que vai originar tanto o tumor seroso borderline, como os focos de endossalpingiose no peritônio . REF: Histopathology 2013, 62, 44–58.