Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.
Caso 157: 69 anos, com sangramento pós-menopausa, curetagem e depois, histerectomia.
Descrição microscópica: Na curetagem há proliferação de células neoplásicas em arranjo glandular, do tipo endometrióide (Fig. 1 e 2), com atipias celulares leves a moderadas e no estroma, presença de macrófagos xantomatosos (Fig. 1). Na peça de histerectomia nota-se a boa diferenciação glandular, com áreas sólidas focais (Fig. 3) e presença de epitélio com vacúolos claros subnucleares, com caráter secretor (Fig. 4). A neoplasia invade mais da metade da espessura do miométrio (Fig. 5) e invade a região ístmica (Fig. 6).
Diagnóstico: Adenocarcinoma endometrióide moderadamente diferenciado do endométrio, com áreas de diferenciação secretora. Invasão de mais da metade da espessura do miométrio pela neoplasia. Invasão da região ístmica pelo tumor. Ausência de êmbolos carcinomatosos. Colo uterino livre de neoplasia.
Comentário:O adenocarcinoma endometrióide pode apresentar variações celulares como o padrão secretor, encontrado neste caso. Isso não deve ser confundido com o adenocarcinoma de células claras, pois os núcleos não apresentam a acentuada atipia do carcinoma de células claras e também não são observados os outros aspectos arquiteturais do carcinoma de células claras. No laudo são importantes: tipo e grau histológico, invasão de menos ou de mais da metade do miométrio, se há invasão de colo uterino e presença ou não de êmbolos carcinomatosos, que são fatores importantes para estádio e prognóstico.