Departamento de Anatomia Patológica

Patologia Ginecológica

         Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.



Caso 152: 17 anos, com amenorréia primária. Pela investigação, foi evidenciado cariótipo XY; a gônada direita era nodular com 2,5 cm de diâmetro e a gônada esquerda em fita.


Figura 1



Figura 2



Figura 3



Figura 4



Figura 5



Figura 6


Descrição microscópica: A gônada direita apresenta diferentes aspectos morfológicos. Em áreas nota-se tecido fibroso, com microcalcificações (Fig. 1), contendo nódulos constituídos por 2 tipos celulares: a) células de núcleos volumosos e citoplasma amplo e claro, do tipo célula germinativa, ao lado de b) células menores, com núcleos monótonos, do tipo do estroma gonadal, tendo de permeio, material hialino (Fig. 2, Fig. 3) que é positivo à reação do PAS (Fig. 4). Este quadro morfológico caracteriza o gonadoblastoma. Em outras áreas, notam-se agrupamentos de macrófagos, com célula gigantes, formando granulomas (Fig. 5) e proliferação de células germinativas primitivas, em arranjo sólido ou cordonal, com linfócitos de permeio (Fig. 6), constituindo o disgerminoma ou germinoma. O material enviado como gônada esquerda é constituído por tuba e por tecido fibroso denso, desprovido de células germinativas.

Diagnóstico: Disgenesia gonadal com Disgerminoma em gônada direita associada a Gonadoblastoma. Gônada esquerda em fita, constituída por tecido fibroso, desprovido de células germinativas e presença de tuba.

Comentário: Em casos de amenorréia primária, o estudo do cariótipo é fundamental para o diagnóstico dos quadros variados de alteração do desenvolvimento sexual. O tumor mais comum associado à disgenesia gonadal é o gonadoblastoma, que tem comportamento benigno, porém pode dar origem a neoplasias malignas das células germinativas, sendo mais frequente, o disgerminoma ou germinoma, como no presente caso.