Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.
Caso 145: 59 anos com sangramento pós-menopausa há 8 meses; obesa e hipertensa. Submetida à biópsia com Pipelle e depois à histerectomia com linfadenectomia bilateral.
Descrição microscópica: no material da Pipelle nota-se proliferação neoplásica epitelial formando glândulas pequenas (Fig. 1) ou áreas sólidas, com focos de diferenciação escamosa (Fig. 2). Na peça de histerectomia, o tipo histológico da neoplasia é adenocarcinoma endometrióide moderadamente diferenciado (Fig. 3) com áreas de diferenciação escamosa (Fig. 4). Há invasão de menos da metade do miométrio pela neoplasia, porém são observados vários êmbolos carcinomatosos (Fig. 5). O colo uterino (Fig. 6) e os linfonodos estão livres de tumor.
Diagnóstico: Adenocarcinoma endometrióide moderadamente diferenciado do endométrio (ou de baixo grau) com áreas de diferenciação escamosa (diagnóstico na biópsia por Pipelle e na peça cirúrgica), com invasão de menos da metade do miométrio e múltiplos êmbolos carcinomatosos. Istmo, colo uterino e linfonodos livres de neoplasia.
Comentário: a biópsia por Pipelle é feita ambulatorialmente, sem anestesia e, quando há bastante material na cavidade endometrial geralmente consegue chegar ao diagnóstico, como neste caso. Este é o tipo histológico mais comum de adenocarcinoma do endométrio, ou tipo 1, que se associa à obesidade e ao estrógeno. O adenocarcinoma endometrióide bem e moderadamente diferenciados são atualmente denominados de adenocarcinomas endometrióides de baixo grau. A presença de êmbolos carcinomatosos é um fator relacionado ao prognóstico.