Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.
Caso 144 - 49 anos, fez histerectomia total abdominal por leiomiomas do corpo uterino. Encontrada lesão no colo uterino.
Descrição microscópica: logo abaixo do epitélio ectocervical notam-se glândulas tubulares proliferadas, túbulos dilatados com secreção eosinófila na luz (Fig. 1, 2) aspecto semelhante aos folículos tireoidianos (Fig. 2, 3, 5) e áreas com glândulas com epitélio mais atípico e hipercromático (Fig. 4, 5, 6). Na Fig. 7, comparação das áreas de hiperplasia mesonéfrica, à esquerda, com as áreas do adenocarcinoma, à direita.
Diagnóstico: Adenocarcinoma mesonéfrico do colo uterino.
Comentário: O adenocarcinoma mesonéfrico é um tipo raro no colo uterino e não está associado à infecção pelo HPV. Cresce a partir de restos mesonéfricos que ocupam a posição mais lateral ou para-mediana no colo uterino. Portanto, podem se apresentar em estado avançado ao diagnóstico por comprometer estruturas mais profundas na parede do colo. Apresentam variado aspecto microscópico e pela imuno-histoquímica expressam CD10, citoqueratinas e vimentina. A expressão do p16 é negativa ou pode ser focalmente positiva, porém não se relaciona à presença do HPV.