Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.
Caso 121: 31 anos, tumor sólido, branco-amarelado, com 7x5 cm, em ovário esquerdo. Achado em cesárea. (Caso gentilmente enviado pelo Dr. Marcelo Mota, patologista de Mogi-Guaçu, SP)
Descrição microscópica: notam-se 2 aspectos na Fig.1: na parte superior observa-se o corpo lúteo gestacional, com células de citoplasma amplo e eosinófilo; logo abaixo vemos o nódulo neoplásico, constituído por áreas de fibrose e por agrupamentos de células do estroma gonadal. Na Fig.2, detalhe do corpo lúteo gestacional em maior aumento. Nas figuras 3, 4, 5 e 6 observam-se diferentes aspectos da neoplasia, que tem caráter sólido, áreas mais celulares, com citoplasma vacuolado, ao lado de áreas fibrosas com muito colágeno. Chama a atenção a vascularização delicada, com vasos finos e ramificados, semelhantes ao hemangiopericitoma. Na Fig.7, área do parênquima ovariano adjacente à neoplasia, mostrando foco de hipertecose nodular, relacionada à gravidez.
Diagnóstico: Tumor estromal esclerosante do ovário, associado a corpo lúteo gestacional e a hipertecose nodular do estroma ovariano (secundária à gestação) .
Comentário: O tumor estromal esclerosante ocorre em mulheres jovens, nas primeiras 3 décadas da vida e é clinicamente benigno. São sólidos, branco-amarelados e podem mostrar aspecto lobulado e com áreas de edema. Apresentam padrão pseudo-lobular, com áreas mais celulares ao lado de áreas com acentuada fibrose ou edema. As células podem ter o citoplasma claro ou com aspecto luteinizado e expressam calretinina e inibina. No presente caso, as alterações da gestação complementam o quadro.