Departamento de Anatomia Patológica

Patologia Ginecológica

         Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.



Caso 108: 25 anos com tumor de ovário direito com 12x9x6,5 cm, pesando 350g, superfície externa papilífera.


Figura 1



Figura 2



Figura 3



Figura 4



Figura 5



Figura 6


Descrição microscópica: notam-se papilas revestidas por epitélio seroso em várias camadas, com atipia celular leve a moderada. As papilas são mais alongadas do que largas e são chamadas de micropapilas (Fig.1, 2, 3). O crescimento celular é exuberante na neoplasia e confere o aspecto conhecido como papilas em “cabeça de medusa” (Fig. 4, 5, 6). O arranjo micropapilífero é confluente na neoplasia e mede mais de 5 mm de dimensão.


Diagnóstico: Tumor seroso “borderline” micropapilífero ou Carcinoma seroso não invasivo de baixo grau.

Comentário: O aspecto morfológico micropapilífero pode ser encontrado em 5 a 10% dos tumores serosos “borderlines”, em pequenos focos. Quando este padrão micropapilífero é confluente e mede 5 mm ou mais, o tumor é considerado como a variante micropapilífera do tumor “borderline”, que é mais frequentemente bilateral, tem envolvimento da superfície externa do ovário e está mais associado a implantes peritoneais do tipo invasivo. Segundo a nova classificação dos tumores do trato genital feminino, publicada em 2014 pela OMS, este tumor passou a ser chamado de Carcinoma seroso não invasivo de baixo grau. Desta forma, esta neoplasia é considerada uma transição entre o tumor seroso “borderline” usual e o carcinoma seroso de baixo grau.