Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.
Caso 87: 66 anos, sangramento pós-menopausa e presença de ascite. Fez biópsia de agulha do omento que mostrou adenocarcinoma. Foi submetida à histerectomia e salpingo-ooforectomia bilateral.
Descrição microscópica: na biópsia do omento notam-se células epiteliais atípicas em arranjoglandular (Figura 1). Na peça cirúrgica havia pólipo da mucosa endometrial do tipo atrófico, revestido focalmente por epitélio com células volumosas e atípicas, constituindo o carcinoma endometrial intraepitelial ou carcinoma seroso mínimo (Figuras 2 e 3), lesão precursora do carcinoma seroso do endométrio, que frequentemente está associado a lesão extra-uterina. Na Figura 3 nota-se invasão superficial do estroma adjacente. Observa-se na região das fímbrias da tuba direita (Figuras 4 e 5) e no ovário direito (Figura 6) a mesma neoplasia serosa de alto grau.
Diagnóstico: Carcinoma seroso em pólipo atrófico da mucosa endometrial associado a carcinoma seroso intraepitelial do endométrio. Carcinoma seroso na região de fímbrias da tuba direita (Figuras 4 e 5) e no ovário direito (Figura 6). Implante peritoneal da neoplasia (Figura 1).
Comentários: O carcinoma seroso do endométrio é o tipo histológico menos comum, e é associado à atrofia da mucosa. Este tipo histológico se associa a invasão miometrial profunda, êmbolos carcinomatosos e doença extra-uterina ao diagnóstico. Embora chamado de carcinoma intraepitelial do endométrio, a lesão não deve ser considerada como um carcinoma in situ, pois é comum o encontro de carcinoma seroso extra-uterino, envolvendo tuba, ovário e peritônio pélvico, como neste caso.