Departamento de Anatomia Patológica

Patologia Ginecológica

         Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.



Caso 86: 27 anos, tumor sólido de ovário esquerdo medindo 3X2,5 cm e à superfície de corte de cor amarela (Figura 1).


Figura 1



Figura 2



Figura 3



Figura 4



Figura 5


Descrição microscópica: neoplasia constituída por células de citoplasma amplo e vacuolado (Figuras 2, 3 e 4), dispostas em arranjo sólido ou cordonal, com leve atipia focal e sem figuras de mitose. O estroma contém vasos finos e delicados (Figura 5).
Diagnóstico: Tumor de células esteróides do ovário.
Comentários: A cor amarela do tumor de células esteroides se associa à quantidade de lípides no citoplasma. Há tumores mais amarelos ou mais escuros, dependendo da quantidade de lípides ou de pigmento de lipocromo no citoplasma. Na maioria, o comportamento clínico é benigno, porém em até 30% dos casos podem ser malignos com doença extra-ovariana e recidivas. Estão associados a pior prognóstico: pacientes mais velhas, tumores com mais de 7 cm de diâmetro, atipia celular moderada ou acentuada, presença de duas ou mais figuras de mitose em 10 campos de grande aumento, necrose e hemorragia. Podem apresentar sinais clínicos de virilismo em até 50% dos casos e, menos frequentemente, podem produzir estrógenos ou outros hormônios, como o cortisol, associando-se à síndrome de Cushing. Pela imunoistoquímica expressam vimentina, inibina e calretinina.