Departamento de Anatomia Patológica

Patologia Ginecológica

         Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.



Caso 77: 59 anos, tumor pélvico à direita, com cerca de 7 cm de diâmetro pelo ultrassom.


Figura 1



Figura 2



Figura 3



Figura 4



Figura 5


Descrição macroscópica: À laparoscopia, foi encontrada lesão mucinosa do apêndice cecal rota, com presença de material mucinoso na cavidade peritoneal (Fig. 1).

Descrição microscópica: apêndice cecal roto apresentando substituição da mucosa normal por proliferação epitelial com leve atipia celular e abundante material mucinoso extra-celular, que infiltra as camadas do apêndice e atinge a serosa (Figuras 2 e 4.). De permeio ao material mucinoso na cavidade peritoneal são observados pequenos fragmentos de epitélio mucinoso, sem atipia ou com leve atipia celular (Figuras 3 e 5).

Diagnóstico: Neoplasia mucinosa de baixo grau do apêndice cecal rota ou adenocarcinoma mucinoso de baixo grau, associada ao pseudomixoma do peritôneo.

Comentário: O pseudomixoma do peritônio é entidade clínica rara constituída por ascite mucinosa, que mais freqüentemente se associa a neoplasia mucinosa do apêndice cecal. Casos menos comuns podem acompanhar neoplasias do colon, pâncreas, vesícula biliar, úraco, etc. A classificação atual da OMS classifica as neoplasias mucinosas do apêndice cecal associadas ao pseudomixoma do peritônio em: adenocarcinomas de baixo grau (mais comuns) e de alto grau. A atipia celular e a presença de células em anel desinete de permeio ao muco caracterizam o alto grau, que se associa a pior prognóstico.