Departamento de Anatomia Patológica

Patologia Ginecológica

         Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.



Caso 34: 32 anos, NIC 3 em biópsia prévia de colo uterino. Procedimento atual: conização do tipo “Leep”.


Figura 1



Figura 2



Figura 3



Figura 4



Figura 5



Figura 6


Descrição microscópica: mucosa do colo uterino mostrando epitélio escamoso atípico em toda a sua espessura (Figura 1) e focalmente, agrupamentos celulares ultrapassama membrana basal e invadem o estroma cervical em uma profundidade máxima de invasão de 1 mm, local onde se nota denso infiltrado inflamatório linfocitário (Figuras 2 e 3). Apesar da invasão ser muito inicial, êmbolo neoplásico já é observado (Figura 4) . Na profundidade do fragmento há proliferação glandular de restos mesonéfricos, constituída por ácinos pequenos, revestidos por epitélio cúbico, com secreção hialina na luz (Figuras 5 e 6).


Diagnóstico: Carcinoma micro-invasivo: Ia1, com profundidade máxima de invasão de 1mm; presença de êmbolos carcinomatosos. Hiperplasia de restos mesonéfricos.

Comentário: O carcinoma micro-invasivo é também chamado de estádio Ia e este diagnóstico só pode ser confirmado em peças de conização, pois necessitamos medir a lesão. Conforme as medidas de profundidade e extensão lateral, o carcinoma micro-invasivo é subdividido em:
Ia1: com até 3mm de profundidade de invasão e até 7mm de extensão lateral máxima.
Ia2: invasão até 5mm em profundidade e extensão lateral máxima de 7mm.
Segundo o conceito da FIGO, mesmo com a presença de êmbolos carcinomatosos (como no presente caso), o diagnóstico continua sendo de carcinoma micro-invasor, porém a informação sobre os êmbolos deve ser obrigatoriamente descrita no laudo.