Departamento de Anatomia Patológica

Patologia Ginecológica

         Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.



Caso 13 - 27 anos, lesão cística em grande lábio vulvar, medindo 2,5X1,8 cm. Superfície de corte com aspecto sólido-cístico. Material: vulva.


Figura 1



Figura 2



Figura 3



Figura 4



Figura 5



Figura 6


Descrição microscópica: lesão nodular de contornos nítidos, localizada na derme vulvar (Fig 1), constituída pela proliferação de estruturas epiteliais formando papilas, ácinos ou fendas e por tecido conjuntivo fibroso (Fig 2,3,4,5). Os ácinos são constituídos por células epiteliais e mioepiteliais (Fig 6) e não apresentam atipias, bem como o tecido conjuntivo.

Diagnóstico: Fibroadenoma papilífero e cístico da região vulvar.

Discussão: Há muito é conhecido que tecido mamário pode ocorrer na vulva, teoricamente resultante de uma involução incompleta das estruturas da linha mamária. Esta teoria mais recentemente foi contestada por alguns autores que afirmam que não há evidências embriológicas que suportem o conceito de linha mamária na espécie humana. Portanto, estas glândulas encontradas na vulva, interpretadas como mama ectópica, seriam na realidade glândulas sudoríparas apócrinas modificadas, ano-genitais, próprias desta região, histologicamente indistinguíveis da glândula mamária. Apresentam receptores hormonais e podem aumentar de volume durante a fase lútea do ciclo menstrual ou durante a gestação.
O fibroadenoma da vulva é lesão rara e morfologicamente idêntica à que ocorre na mama. É tumor misto, constituído pela proliferação de tecido epitelial e conjuntivo. Variado grau de proliferação epitelial pode ser observado, bem como metaplasias apócrina ou secretora. O componente conjuntivo varia na sua constituição com áreas fibrosas, com colágeno denso e outras mais frouxas, edematosas, Pode se tornar hialinizado, calcificado ou ossificado em pacientes mais idosas. São geralmente bem delimitados, pseudocapsulados ou com cápsula verdadeira