Departamento de Anatomia Patológica

Patologia Ginecológica

         Os casos clínicos contidos neste site são fruto das reuniões semanais da Prof. Dra. Liliana De Angelo Andrade com os residentes do Departamento de Anatomia Patológica. O objetivo do site é difundir o conhecimento sobre o assunto ajudando estudantes, residentes e profissionais a manterem-se constantemente atualizados.



Caso 11 - 34 anos, Hemorragia uterina disfuncional em paciente com insuficiência renal crônica. Material: curetagem.


Figura 1



Figura 2



Figura 3



Figura 4



Figura 5


Descrição microscópica: fragmentos de mucosa endometrial apresentando diferentes aspectos: glândulas pequenas de padrão proliferativo, ao lado de glândulas císticas (Fig. 1 e 2) e áreas com glândulas densamente agrupadas, com contornos irregulares, estratificação de núcleos, caracterizando hiperplasia complexa (Fig. 3 e 4). Em focos, como na Fig. 5 o epitélio apresenta atipias com células de aspecto diferente do restante da mucosa.

Diagnóstico: Hiperplasia endometrial complexa com atipia (Hiperplasia Atípica).

Comentários: a hiperplasia endometrial é subdividida de acordo com a classificação da OMS em: 1) simples: 1a. sem atipia; 1b. com atipia; 2) complexa: 2a.sem atipia; 2b. com atipia.

A classificação em simples e complexa se relaciona à arquitetura glandular, enquanto a atipia está relacionada ao aspecto citológico. A avaliação da atipia pode ser muito subjetiva e é recomendado que se compare o tipo celular nas áreas normais com as áreas de hiperplasia, como se tivéssemos um controle interno para avaliação.

A hiperplasia simples sem atipia é o quadro histológico mais freqüente e o que é menos relacionado à evolução para o adenocarcinoma do endométrio.

A hiperplasia complexatem arquitetura com glândulas muito mais próximas entre si, com pouco estroma entre elas e contorno glandular variado, com projeções ou glândulas mais ramificadas, complexas.

Quando além da complexidade glandular há células atípicas, como no presente caso, o diagnóstico é de hiperplasia complexa atípica ou simplesmente de hiperplasia atípica, lesão menos comum, mas freqüentemente associada à evolução para adenocarcinoma endometrial do tipo 1 ou endometrióide.

Geralmente, como neste caso, a lesão se apresenta como um gradiente na mucosa, com áreas de aspecto variado de hiperplasia simples, complexa e focalmente atípica.

O principal diagnóstico diferencial é o adenocarcinoma endometrióide bem diferenciado, que se caracteriza por invasão estromal nítida.